No post anterior, vimos que comprometer-se com Cristo é assinar um contrato com o próprio amor, porque Deus é amor e Jesus Cristo é o seu filho amado. Que maravilha!
Esse compromisso firmado é totalmente baseado no amor incondicional de Cristo por nós e não há nada que possa nos separar desse amor. Todo compromisso implica numa escolha. Ao firmarmos uma relação com Deus, através de Jesus, não será diferente. Vejamos o que nos diz Lucas 9:23.
"E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz e siga-me."
Ao firmar um compromisso com Deus, estamos fazendo uma escolha, que implica em "negar-se a si mesmo", "tomar a sua cruz, diariamente" e "segui-lo".
1. Escolhendo negar a si mesmo
Isso sempre traz para nós a ideia de algo muito difícil de fazer porque reflete em renunciar as nossas vontades, aquilo que acreditamos como certo e no que satisfaz a nossa a carne. Nem sempre tudo isso está alinhado com a vontade de Deus para nós e é isso que nos choca, nos paralisa, nos confronta.
O que Jesus estava dizendo no texto de Lucas, citado acima, é que escolher vir após Ele significa colocar a vontade de Deus acima da nossa. Aceitar como certo o que nos diz a Palavra de Deus e não os grandes pensadores e filósofos, ou nossas próprias convicções, as quais são resultantes de tudo que aprendemos ao longo da nossa existência. Era simplesmente fazer aquilo que alegra o coração de Deus e não o nosso ou o de terceiros.
O nosso coração é falho, mas a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.
Observe a colocação do versículo "se alguém quer vir após mim". Não somos nós que conduzimos, que guiamos; não somos nós que estamos à frente neste compromisso. Somos iguais a estes patinhos, seguindo a sua mamãe pata.
Comprometer-se com Deus é escolher ser guiado por Cristo, colocando as nossas vontades abaixo da dele.
Jesus ensina que nem todo aquele que O seguia - já que multidões sempre o seguiam - está unido a Ele, sendo verdadeiramente um discípulo. Para isso, é necessário mais do que andar após Ele, é necessária a negação de si próprio.
Negar a si mesmo é amar a Deus sobre todas as coisas, é negar os desejos da carne, é submeter-se a vontade de Deus e ajustar nossas convicções às verdades descritas na Palavra de Deus. É preciso moldar os nossos pensamentos e ações ao que disse o apóstolo Paulo, em sua epístola aos Filipenses.
"Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo." (Filipenses 3:7)
2. Escolhendo tomar a sua cruz
Escolher tomar a nossa própria cruz implica que, assim como somos participantes das bençãos advindas do compromisso com Cristo, também somos participantes das aflições.
No caminho ao Calvário, Jesus sofreu levando a cruz, para, no fim, ser glorificado por Deus. Quando nos comprometemos com Ele, temos um longo caminho a percorrer até o dia em que seremos, também, glorificados. Nesse percurso, por amor a Cristo, passaremos, algumas vezes, por vergonha, dor ou humilhação, pelo simples fato de estarmos unidos a Ele. Mas não podemos nos esquecer de Cristo venceu, e nós, também, venceremos!
É necessário tomar a cruz todos os dias, lembrar e mostrar aos que estão ao nosso redor que estamos comprometidos com o Reino de Deus, com seu Filho amado. Jesus mesmo disse: "E quem não toma a sua cruz e não segue após mim não é digno de mim" (Marcos 10:38).
3. Seguindo
É acompanhar os passos de Cristo, tomando como exemplo a sua caminhada. Isso só ocorre após negar a si mesmo e tomar a sua cruz.
Seguir a Jesus é algo totalmente possível. Após firmarmos uma aliança com Deus, através de Jesus Cristo, receberemos a salvação e o Espírito Santo, que passa habitar dentro de nós, ajudando-nos no processo da santificação que inclui o negar a si mesmo, a submissão, a obediência à Palavra de Deus, o comprometer-se com o Reino de Deus e outras atitudes.
É muito importante seguir ao mestre, ser seu imitador, para que se possa ser digno Dele, num compromisso baseado no amor, e que nos conduz a salvação eterna.
"Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados," (Efésios 5:1)
Olá pessoal! Iniciarei, a partir desse texto, um breve estudo sobre um compromisso especial que tem mudado a vida de muitas pessoas: o compromisso com Cristo.
Diferentemente do que muitos pensam, a vida cristã não é apenas um "estilo de vida" ou a "declaração pública de uma religião"; ela implica num comprometimento com o Filho de Deus. E isto não é, como já dito, uma religião ou um estilo de viver, é uma escolha para a sua eternidade.
Um "compromisso" é um acordo firmado entre duas ou mais partes. Irei um pouco mais além nesta definição, afirmando que, quando esse acordo é realizado com a livre espontaneidade das partes, existe nele interesses que beneficiam todos os envolvidos.
E no compromisso com Cristo, qual o interesse dele? O que atrairia você nesse comprometimento?
No casamento, por exemplo, quando um homem e uma mulher decidem ficar juntos para o resto das suas vidas, o principal motivo que tem levado as pessoas a esse compromisso é o amor. Algo desperta o interesse de cada um de nós pelo outro. Através da convivência a dois, da intimidade, do conhecimento, o amor vai surgindo.
Mas o que nós despertamos em Cristo?
"Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados." (1 João 4:9,10)
O amor de Deus por nós não precisa de um motivo. Ele nos amou primeiro (1 Jo 4:19) quando ainda éramos pecadores. Diferentemente de qualquer relacionamento, Deus não precisa de uma razão para nos amar e Ele já demonstrou isso.
"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." (Romanos 5:8)
Deus é amor. O amor é um atributo de Deus. Ele nos concede seu amor e tem prazer em fazer isso. Ele, de boa vontade, nos predestinou para sermos seus filhos de adoção, por meio de Cristo, nos fazendo agradáveis a Ele (Efésios 1: 5,6). Aleluias!!!
Através da graça de Deus, recebemos aquilo que não merecemos, a exemplo, seu amor.
Quais as razões para amar a Cristo?
Hoje a humanidade carece de amor. Muitos procuram o amor em coisas que são passageiras, ou se frustam quando num relacionamento a outra parte diz "eu não te amo mais". As pessoas são falhas, a riqueza é finita, a beleza é temporária, mas o amor desinteressado de Cristo por nós, imerecedores, é grande e infinito.
"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo..." (Efésios 2:4,5)
"Louvai ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre." (Salmos 136:1)
Em qualquer tipo de relacionamento sempre desejamos entrega, respeito, dedicação da outra parte, etc. A falta desses fatores tem sido grande motivadora de desentendimentos e rompimentos nos relacionamentos, seja conjugal, amizade, familiar ou até profissional.
Com Cristo isso nunca será um problema, porque ele mesmo entregou a Sua própria vida por nós. Onde você encontrará amor assim?
"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." (Gálatas 2:20)
Quando, enfim, encontramos a pessoa amada, um amigo de verdade, sentimo-nos felizes por isso, mas, ainda assim, existe, ainda que minimamente, o receio de que tudo acabe. Com Cristo, nada, absolutamente nada, poderá nos separar do seu amor.
"Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8:38,39)
Você ainda precisa de alguma razão para amar alguém que amou você sem nenhum interesse, oferecendo um amor infinito, de entrega total e com a garantia de que nada poderá lhe separar desse amor?
Esse amor é melhor que a própria vida.
"Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão." (Salmos 63:3)
Seu amor por Cristo será construído à medida que você se relaciona com Ele, através do conhecimento da Sua Palavra e de momentos de intimidade e adoração.
Neste compromisso mais que especial, você faz uma escolha, e é isso que iremos ver na próxima postagem com a graça do nosso Salvador.
A alegria é um sentimento que todos buscam, e, muitos dizem que ela é resultado de uma paz interior.
Atualmente, existem publicações, livros e palestrantes no mundo inteiro que discutem sobre os principais passos ou segredos para se alcançar a verdadeira felicidade.
Nessa busca pela tão sonhada felicidade, observamos as pessoas procurando esse sentimento, em festas, no dinheiro, na fama, nas relações sociais, nas drogas, na bebida, no sexo, enfim, numa variedade de opções que são passageiras e, muita delas, enganosas.
O mais engraçado de tudo é que, apesar de dizerem que a alegria é uma harmonia ou paz que vem do nosso interior, vemos as pessoas buscando-a em elementos exteriores.
Ora, se todas essas coisas trazem a desejada felicidade e uma alegria permanente, porque existe tanta gente infeliz, triste e depressiva?
Na Bíblia, a palavra alegria é citada mais de 150 vezes. De alguma forma, existe uma relação entre Deus e essa palavra tantas vezes colocada. Vejamos o que nos diz as Escrituras.
DEUS, A FONTE DA ALEGRIA
É muito bom saber que Deus é aquele capaz de encher as nossas vidas de alegria, pois o seu reino é de alegria e na sua presença há plenitude dela (Salmos 16:11).
"Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo. " (Romanos 15:13)
"Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo;" (Romanos 14:17)
Agora vejam que essa alegria é no Espírito Santo, pelo poder do Espírito Santo, e não, algo que encontramos no mundo aí à fora. Para desfrutar dessa alegria é preciso receber o Espírito Santo de Deus e isso ocorre quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador e, gradativamente, vamos nos afastando do pecado.
"É grande o meu prazer no Senhor! Regozija-se a minha alma em meu Deus! Pois ele me vestiu com as vestes da salvação e sobre mim pôs o manto da justiça, qual noivo que adorna a cabeça como um sacerdote, qual noiva que se enfeita com joias." (Isaías 61:10)
O pecado é capaz de roubar a nossa alegria, mas a salvação e uma vida em comunhão com Deus pode nos restituir essa alegria roubada pelo pecado. Observem pessoas que vivem em práticas contrárias a palavra de Deus, elas podem até ter momentos de alegria, mas não sabem o que é o gozo constante proporcionado pelo Senhor.
"Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer." (Salmos 51:12)
No versículo acima, o salmista pede para ser sustentando com um espírito pronto a obedecer, sabe porquê? Porque a obediência aos mandamentos de Deus nos afasta do pecado e atrai a alegria de Deus para as nossas vidas, mas uma alegria completa e não passageira. Algo celestial e não o que o mundo oferece.
"Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa." (João 15:10-11)
A CONFIANÇA EM DEUS NOS ALEGRA
Você pode estar curioso para saber, mas que alegria é essa? Como ela é?
Não dá para traduzir em palavras, é algo extraordinário! Só experimentando para saber.
Eu decidi escrever sobre ela para que tenhamos a certeza que mesmo em meio a esse mundo difícil que estamos vivendo, em meio a crises de todos os lados, debaixo de pressões, circunstâncias difíceis e dolorosas, Deus é a fonte inesgotável de uma alegria eterna e indescritível. Aleluias!
"Mesmo não o tendo visto, vocês o amam; e, apesar de não o verem agora, creem nele e exultam com alegria indizível e gloriosa, pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas." (1 Pedro 1:8-9)
É preciso confiar em Deus e no que diz sua palavra (2 Coríntios 4) para termos a convicção que apesar de atribulados, não somos angustiados, que apesar de perplexos por coisas que nos assolam, não desanimamos, mesmo perseguidos pelo inimigo das nossas vidas ou por pessoas que não nos compreendem, não estamos desamparados, mesmo abatidos, não seremos destruídos! Oh, glória!
Isso não nos dá esperança? E apesar dos pesares, não podemos repousar em tranquilidade e sermos felizes em Cristo Jesus?
"Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo," (Salmos 16:8-9)
"Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança." (Tiago 1:2-3)
A ALEGRIA DO SENHOR É NOSSA FORÇA
Agora sabermos que Deus é a nossa fonte de alegria, que mesmo em meio às dificuldades se perseverarmos em obedecer aos seus estatutos, depositando a nossa confiança Nele, ainda assim, poderemos desfrutar da alegria.
Tem mais: Deus, ainda tem algo fantástico para nos revelar através da sua alegria. Ela nos fortalece! Aleluias!
"E Neemias acrescentou: "Podem sair, e comam e bebam do melhor que tiverem, e repartam com os que nada têm preparado. Este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os fortalecerá". (Neemias 8:10)
A própria Palavra de Deus nos adverte a não nos entristecermos, porque se a alegria é a nossa força, então a tristeza nos enfraquece porque ela abate nossa fé. Sem fé é impossível agradar a Deus, e, tudo que não provém da fé é pecado.
Alegria é força. Deixe que a alegria de Cristo entrar na sua vida, no seu lar, na sua família. Fortaleça sua família com a alegria do Senhor. Família feliz é família forte.
Não procure alegria passageira, mas sim a eterna. Você a alcançará por meio de uma vida com Cristo, em obediência e com confiança Nele. “Alegrei-me com os que me disseram: "Vamos à casa do Senhor!” (Salmos 122:1). Agora, talvez, você consiga compreender porque existe tanta alegria nos cultos, porque os cristãos vão tão alegres para a igreja, mesmo passando pelas mais diversas dificuldades.
"Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se! " (Filipenses 4:4)
NO FIM, TUDO TERMINA EM ALEGRIA
O próprio Jesus suportou todas as dores e aflições pelas quais ele passou porque sabia do que Deus havia preparado para Ele e que tudo terminaria em alegria.
Você pode está passando por dificuldades, profundas tristezas e não ter motivos para se alegrar. Acorda e adormece com lágrimas nos olhos, mas saiba, em meio a tudo isso, você ainda pode sorrir. Entre na presença de Deus, entregue-se a Ele com confiança e você poderá desfrutar da sua alegria e ser fortalecido por ela.
"tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus." (Hebreus 12:2)
"Assim acontece com vocês: agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém tirará essa alegria de vocês." (João 16:22)
Um dia veremos a Cristo e nos alegraremos com Ele e ninguém poderá tirar isso de nós. Será eterno, não durará apenas uma noite, ou enquanto durar o efeito de uma substância, será para sempre, porque “...Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4).
As aflições dessa vida têm prazo determinado para encerrarem, suas lágrimas um dia cessarão, mas o que Deus tem preparado para cada um de nós é tremendo e com certeza nos trará muita alegria.
"O que o justo almeja redunda em alegria, mas as esperanças dos ímpios dão em nada."
No mundo hoje, é possível ver nas pessoas muita vaidade, orgulho, fama, glamour, ansiedade pelo "ter", necessidade de reconhecimento sobre o que somos ou o que fazemos, e, neste contexto, é fácil que o homem, cercado por vários tipos de sentimentos e pensamentos, acabe sendo conduzido a produzir ações que nem sempre são boas para a sua vida espiritual.
Na verdade, há uma guerra travada, constantemente, entre o nosso espírito e a nossa carne, "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si (...)", está escrito no texto sagrado de Gálatas 5:17.
Quando o homem não está determinado a fazer a vontade de Deus e a andar de uma forma que O agrade, fatalmente, estará passível a pensar, e consequentemente a agir, de um modo contrário às coisas espirituais.
Como dito pelo apóstolo Paulo no versículo referenciado em Gálatas, há uma incompatibilidade entre o Espírito de Deus que habita dentro de nós e os desejos da nossa carne, que caminham no sentido contrário ao que diz a Palavra de Deus. Inicia-se, assim, uma guerra espiritual, e por isso, precisamos focar naquilo que realmente queremos: agradar ou desagradar a Deus.
A QUEM VOCÊ DESEJA AGRADAR? DEUS OU HOMENS?
Gostaria de, nesta postagem, trazer à tona o exemplo do rei Saul, primeiro monarca de Israel, logo após o fim da Era dos Juízes.
Saul havia sido ungido rei pelo profeta de Deus, Samuel, por isso, deveria existir, da parte do rei, uma sujeição à autoridade divina. Em algumas passagens do livro de 1 Samuel não é possível observar essa sujeição, muito pelo contrário, observamos um rei que fazia o que lhe vinha a mente, independentemente de estar ou não obedecendo a Deus.
Na passagem abaixo, observamos Saul recebendo uma determinação de Deus, por intermédio de Samuel, mas, ao final, ele decide desobedecer, em razão de uma situação adversa concentrada na ameaça dos filisteus e a dispersão do seu exército. Isso demonstrava que Saul não confiava no Senhor, não buscava a Deus e estava mais preocupado em sacrifícios humanos do que em obedecê-lo.
"E esperou Saul sete dias, até ao tempo que Samuel determinara; não vindo, porém, Samuel a Gilgal, o povo se dispersava dele. Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto. E sucedeu que, acabando ele de oferecer o holocausto, eis que Samuel chegou; e Saul lhe saiu ao encontro, para o saudar. Então disse Samuel: Que fizeste? Disse Saul: Porquanto via que o povo se espalhava de mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado em Micmás, Eu disse: Agora descerão os filisteus sobre mim a Gilgal, e ainda à face do SENHOR não orei; e constrangi-me, e ofereci holocausto. Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o SENHOR teu Deus te ordenou; porque agora o SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre;" (1 Samuel 13:8-13)
Não basta ser "ungido" do Senhor, como o rei Saul, não basta ser "cristão", é preciso fazermos a vontade de Deus, "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." (Mateus 7:21).
O que fazemos para o Senhor precisa ser de todo nosso coração, sem estarmos preocupados com alguma recompensa, mas sim, porque o amamos, o adoramos e sabemos que Ele já tudo fez por nós, quando ainda nem existíamos. Ele nos amou primeiro, não se esqueça!
"Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis." (Colossenses 3:22-24)
Observem a seguir, outras atitudes de Saul que refletiam a sua falta de compromisso com Deus, fazendo sempre seus próprios rituais, em total desacordo às orientações do Senhor dadas a Samuel. Com isso, fica muito claro que Saul não demonstrava agradar a Deus, pois suas ações refletiam uma natureza dominada pela carne e não pelo Espírito.
"Então Saul disse a Aías: Traze aqui a arca de Deus (porque naquele dia estava a arca de Deus com os filhos de Israel). E sucedeu que, estando Saul ainda falando com o sacerdote, o alvoroço que havia no arraial dos filisteus ia crescendo muito, e se multiplicava, pelo que disse Saul ao sacerdote: Retira a tua mão." (1Samuel 14:18-19)
"Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opós no caminho, quando subia do Egito. Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos... E tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas; porém a todo o povo destruiu ao fio da espada. E Saul e o povo pouparam a Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e as da segunda ordem, e aos cordeiros e ao melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível destruíram totalmente. Então veio a palavra do SENHOR a Samuel, dizendo: Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao SENHOR. Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que parecia mau aos olhos do SENHOR? (1 Samuel 15:3;8-11 ;19)
Saul estava tão preocupado com o que as pessoas achavam ao seu respeito ou com a glória que ele poderia ter, que passou perseguir Davi por inveja do que as pessoas diziam a respeito dele, como se ele fosse "superior" ou "melhor" que o rei. Tudo isso o perturbava, demonstrando total distanciamento do rei pelas coisas divinas.
"E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino? E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita." (1 Samuel 18:7-9)
O nosso galardão vem de Deus, o reconhecimento humano é falho e pode ser temporário, mas tudo que fazemos para o Senhor de todo o nosso coração, Ele vê, ainda que não possamos enxergar o reconhecimento daqueles que nos cerca. No tempo oportuno, nos honrará publicamente.
Ele assim fez com Davi que era um homem segundo o seu coração. Ele não falha e nem nos deu prazo de validade para nos abençoar e amar.
"Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente." (Mateus 6:1-4)
Nossa batalha deve ser para termos o reconhecimento do Senhor, como quem busca e almeja algo que o mundo jamais poderá corromper, "E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível." (1 Coríntios 9:25)
A falta de confiança no Senhor demonstrada por Saul a todo tempo e uma vontade em obter reconhecimento dos homens e glória terrena, levaram o rei, em diversas vezes, a desobedecer a Deus e, consequentemente, em desagradá-lo.
A adoção de práticas mundanas, em seu desespero por respostas a todo custo, tão combatidas pelo profeta Samuel, como a feitiçaria, o levaram ao fadado fracasso. O melhor é obedecer do que o sacrificar. Saul fez sua escolha. Optou por sacrificar e acabou morrendo em confronto, pelo tão temido, povo filisteu. "E, vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu, e estremeceu muito o seu coração. E perguntou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela, e consulte por ela. E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar. " (1Samuel 28:5-7)
Muitas vezes nos desanimamos porque não somos valorizados em nossos lares, na nossa família, no nosso trabalho, escola, na igreja, enfim, você se pega pensando: "faço tudo, ajeito tudo, preparo, estou disponível, sei falar, tenho dons, mas ninguém reconhece ou agradece." Não se preocupe com essas coisas, preocupe-se em fazer para Deus e da melhor maneira, Ele está vendo. E sabe porque? Porque é dele que vem sua recompensa.
"O ímpio faz obra falsa, mas para o que semeia justiça haverá galardão fiel." (Provérbios 11:18)
"Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras." (Mateus 16:27)
Tem galardão para você que faz para agradar a Deus e não aos homens, e, com todo o seu coração, mas não pense na recompensa, deixe que disso o Senhor cuida.
"Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens." (Efésios 6:6,7).
Esses últimos dias eu me peguei pensando em circunstâncias que levam a nossa alma a um estado de abatimento, desânimo, tristeza e fracasso. Hoje, podemos dizer que um número bem considerável de pessoas, inclusive, cristãs, vivem momentos de crise em alguma área de suas vidas.
Ao mesmo tempo em que eu pensava sobre essas coisas, tentei voltar meu coração e minha mente para a palavra de Deus, e lá, obtive alguns esclarecimentos e consolo a respeito desse tema que gostaria de compartilhar com vocês aqui nesta postagem.
A Palavra de Deus, em muitas de suas passagens, nos orienta a esperar em Deus e confiar n'Ele de todo o nosso coração.
Mas, o que é esperar em Deus num momento de dificuldade, de total impotência ou de desesperança?
Sempre ouvimos falar que "a teoria é bem diferente da prática", o que até pode ser uma verdade para outros tipos de conhecimentos que não estejam fundamentados na Bíblia, mas, no que diz repeito às Escrituras Sagradas, a teoria é a Palavra de Deus estática disponível para todos aqueles que se achegam a Ele, já a prática continua sendo a mesma Palavra de Deus em ação.
Esta transformação, de algo estático para uma ação, é possível por meio da fé. A fé, portanto, faz com que transformemos a Palavra de Deus, ali estática (teoria), à nossa disposição, na Palavra de Deus em ação (prática).
Através da fé em Cristo, podemos meditar no que a Bíblia nos diz acerca do "esperar" (teoria) e transformar isso em uma verdade que irá nos trazer força e alegria, se a praticarmos conforme nos orienta as Escrituras Sagradas.
Mas o que é esperar?
Quando se fala em esperar, vem logo um sentimento desanimador sobre nós, ainda mais num mundo tão imediatista e dominado pela tecnologia, em que tudo é online e ocorre praticamente em tempo real. Podemos dizer que há uma "pressão" muito grande nas mídias, nas redes sociais, sobre que tipo de pessoas devemos ser ou aparentar ser, sobre o que devemos ter, que marca devemos usar, e tudo isso, tem criado em nós sentimentos de ansiedade por almejar tudo aquilo que se impõe sobre nós quanto ao ser ou ter. Ao mesmo tempo, temos o sentimento de frustração, quando não alcançamos imediatamente todas essas coisas, e outras, as quais desejamos.
Quando passamos a meditar sobre isto e as consequências danosas que trazem para a nossa mente, corpo e até para as pessoas que estão ao nosso redor, observamos que o NÃO ESPERAR EM DEUS é algo que pode ser prejudicial para cada um de nós. Dar vazão às nossas vontades ao ponto de agir por nossa conta e risco, sem consultar a Deus e esperar no Seu tempo, pode nos trazer resultados não esperados.
Podemos dizer que esperar é: "ter esperança, aguardar e confiar". Outro dia, eu li em algum lugar, que esperar é "não agir". Ora, "não agir" é ter total dependência de Deus, esperando que Ele faça em nosso lugar.
"A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo. Pois nele se alegra o nosso coração; porquanto temos confiado no seu santo nome. Seja a tua misericórdia, Senhor, sobre nós, como em ti esperamos." (Salmos 33:20-22)
Devemos confiar em Deus em todo o tempo e por onde quer que andemos. Precisamos parar de confiar naquilo que podemos fazer, em nosso vasto currículo, na beleza, nos amigos, no emprego, na conta bancária ou em pessoas influentes. Todas essas coisas são finitas, mas Deus é eterno. Nenhuma das Suas palavras passarão sem que, antes, sejam cumpridas. Porque n'Ele está a verdade. Nele podemos confiar!
Deus falou para Abraão que, através de sua descendência, ele seria pai de muitas nações (Gênesis 12.4), ele tinha 75 (setenta e cinco) anos quando Deus fez essa promessa. Sua esposa Sara, não confiando, resolveu agir impacientemente, providenciando, através de sua serva Hagar, um bastardo para Abraão. Essa atitude trouxe sofrimento para todos os envolvidos. Isso ocorre quando agimos por conta própria, no imediatismo. Abraão esperou 25 (vinte e cinco) anos para que pudesse desfrutar da promessa de Deus em sua vida.
"Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas." (Provérbios 3:5,6)
A nossa esperança deve estar depositada em Deus. Esperar no que nos diz a sua palavra, não nos noticiários da televisão, nas pessoas ao seu redor, em promessas de políticos, no que nos dizem os médicos. Se você recebeu uma palavra desanimadora ao teu respeito, ou acerca da tua vida familiar ou profissional, não desanime! Confie no que nos diz a Palavra de Deus.
Quando recebeu a triste notícia de que Moisés havia morrido, o que você acha que Josué e todo o Israel sentiram naquele momento? Foi um momento de dor, luto e solidão. Mas a Palavra de Deus liberada para ele foi: "tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares" (Josué 1:9). É necessário depositar nossa esperança na Palavra de Deus!
"Ó minha alma, espera somente em Deus, porquedele vem a minha esperança." (Salmos 62:5)
"Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra." (Salmos 130:5)
O ato de esperar é algo que exige de nós paciência, não dá para esperar em Deus inquieto. A Palavra de Deus nos diz que, quando esperamos com paciência, dando prova que estamos confiando, Deus se inclina para nós e nos ouve. Aqui na minha região, há um ditado que diz assim "o apressado come cru"!
Espere com paciência a comida cozinhar e estar no ponto para ser comida. O segredo, enquanto você espera, é não murmurar, aguardar e deixar Deus fazer. Você já viu alguém que está aguardando em uma clínica médica para ser consultado ficar trabalhando enquanto aguarda sua vez? Às vezes passamos horas esperando, e, quanto mais impacientes ficamos, mais difícil é esperar.
"Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor." (Salmos 40:1)
José foi outro exemplo bíblico de alguém que teve que esperar em Deus para que seus sonhos se tornassem realidade. Foi um dura espera de 13 (treze) anos após ser vendido pelos seus irmãos, preso, escravizado, humilhado, até o momento da sua exaltação pelo Deus de Israel. Ele se manteve firme e fiel esperando somente em Deus.
"E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Romanos 5:3-5)
É necessário paciência para colhermos os frutos daquilo que semeamos. Ninguém planta e, imediatamente, colhe o que plantou. É necessário esperar, e esperar com paciência, mas quando todo o tempo é respeitado, a colheita é certa e bela.
"Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima." (Tiago 5:7,8)
Enquanto esperamos no Senhor e não em nossos próprios entendimentos, Deus vai nos fortalecendo para que suportemos até chegar o tempo dele em nossas vidas. Tem dias que parecem mais difíceis, mas creia em meio a tudo isso, pois o Senhor está lhe fortalecendo. Fite seus olhos n'Ele, não nas circunstâncias ou em si próprio, isso só lhe trará mais dor, cansaço, desânimo e fraqueza.
"Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor." (Salmos 27:14)
Você pode estar aí pensando o quão cansativo deve ser esperar. Mesmo com toda essa teoria, na prática, esperar é cansativo. Isso ocorre quando esperamos impacientes, andando de um lado para o outro, esperando em nós mesmos, sem fé e confiança. Certamente, é ruim esperar assim, mas Deus é tão bom que pensa nos mínimos detalhes. A Bíblia nos diz que Ele fortalece o nosso coração e renova as nossas forças para que não fiquemos exaustos. Esperar em Deus é não ficar cansado e enfraquecido, quando esperamos em total tranquilidade e confiança.
"Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão." (Isaías 40:31)
Aqueles que esperam pacientemente em Deus são considerados bem-aventurados; porque alcançarão a misericórdia do Senhor e podem desfrutar da certeza de que alcançarão sua vitória.
Jó, após tanto esperar, foi abençoado com o dobro de tudo quanto ele havia perdido (Jó 42: 10).
"Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso." (Tiago 5:11)
"Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam." (Isaías 30:18)
Esperar em Deus não é algo fácil, mas é possível quando passamos a confiar n'Ele.
Gostaria de encerrar com um trecho de uma música do Ministério Zoe:
"Aquieta minh'alma, faz meu coração ouvir tua voz, me chama para perto, só assim eu não me sinto só. Porque na verdade eu descobri que tudo que eu preciso está em ti, mas meu coração é teimoso demais para admitir (...) Porque estás abatida ó minh'alma, porque se perturba dentro de mim? Espera em Deus, espera em Deus, espera em Deus (...)"
O segredo é confiar, é descansar...
"Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos." (Romanos 8:25)
Dando continuidade sobre o estudo da mulher cristã, nesta postagem, teremos a oportunidade de meditar em mais um dos papéis atribuídos a essa mulher: a vida ministerial.
O que é ministério?
Fiz uma breve busca nos dicionários disponíveis online, e uma definição da palavra da palavra "ministério" que me chamou a atenção foi: servir (Dicionário Informal, verbete ministério)! A palavra ministério em seu sentido literal está diretamente relacionada ao serviço, à execução de tarefas, trabalho ou até mesmo a um cargo ocupado por alguém.
A mulher cristã desde a antiguidade (cf. Provérbios 31) tem desempenhado inúmeras funções, tanto em sua intimidade com Deus, em sua vida conjugal como esposa, como mãe, dona de casa, em sua vida profissional, como também, na vida ministerial. Enfim, são muitas as atribuições, por isso, sinto-me no dever, como mulher cristã, de destacar a necessidade de foco, para evitarmos uma interpretação equivocada dessa multifuncionalidade da mulher.
É preciso desmistificar a ideia de mulheres atarefadas com tantas coisas, deixando muitas vezes de dedicar tempo aquilo que realmente é importante. A mulher cristã precisa aprender a planejar sua vida e rotina de uma maneira que possa desfrutar de momentos de descanso, de uma vida saudável, curtir a sua família e ter seu momento de intimidade com o Pai. Organizando sua vida, essa mulher estará sendo, também, sábia, como a própria palavra de Deus nos diz que a mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a sua (Provérbios 14:1).
Para que se possa focar no que realmente é importante, é imprescindível o descobrimento do chamado que Deus tem para cada mulher, ou seja, descobrir aquilo para o qual Deus a chamou para fazer. Isso evita desperdício de tempo e mulheres menos estressadas e cansadas com tantas coisas que, muitas vezes, nem foram chamadas para fazer.
Deus disponibilizou os dons espirituais e talentos para, justamente, serem usados no serviço, que ajudarão no aperfeiçoamento da vida ministerial da mulher cristã, a fim de que a obra de Deus seja glorificada. A mulher precisa reconhecer o seu chamado e alinhar os dons e talentos que Deus disponibilizou para ela ao seu ministério, a fim de que tal ministério seja próspero e eficiente.
Cada cristão tem a missão de anunciar o evangelho a toda criatura, Deus não fez distinção de sexo quanto à execução dessa tarefa:
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra." (Atos 1:8)
Observem que Deus comissionou a todos a função de levar a Sua Palavra, e, em todos os lugares, dos mais próximos até os mais distantes. Isso não significa que todas as mulheres devam sair arrumando as malas e pregando em qualquer lugar sem a direção de Deus! O que Deus está dizendo para cada um de nós é que devemos estar disponíveis para servi-lo da maneira que Ele quer e onde deseja nos enviar, sendo suas testemunhas.
É preciso haver disponibilidade para anunciar, mas, também, é preciso que sua vida seja, também, um testemunho. A mulher cristã cheia do Espírito Santo anuncia com sua própria vida, por onde passa, as virtudes do Reino, isto é adquirido através de uma vida pessoal com Cristo e dedicação ao estudo da Palavra.
Em relação ao servir e anunciar a palavra de Deus às pessoas, assim como Jesus nos comissionou, quero destacar uma verdade que, infelizmente, tem sido esquecida em nosso meio: a família também faz parte de nosso ministério. Ela é a nossa Jerusalém de Atos 1:8.
Diante de tantos entretenimentos, games, televisão, celulares, tablets, internet, existe algo precioso que não tem sido valorizado na maioria das famílias: o culto doméstico. Nós nos preocupamos em fazer a obra na igreja, em todos os lugares, mas esquecemos de fazer em casa. O culto doméstico é um excelente meio de evangelização e fortalecimento espiritual da família. Através do culto doméstico podemos compartilhar de forma breve e informal (oração de gratidão, pedidos e leitura da palavra) as verdades espirituais.
Ensinar aos filhos a Palavra de Deus e como conversar com o Senhor sobre coisas do dia-a-dia é uma herança que você tem oportunidade de proporcionar à sua família. Não esqueça que o cristianismo começa em casa. Seu ministério começa em casa.
Agora que você já entendeu que seu ministério começa em casa, vejamos a expansão desse ministério além dos muros do nosso lar. A Bíblia está repleta de exemplos de mulheres que serviram a Deus, vamos destacar apenas algumas aqui no nosso texto, para que possam nos servir de inspiração.
Vejamos o exemplo da profetisa Ana, viúva, que servia constantemente a Deus no templo com jejuns e orações. Ela nos chama a atenção pela dedicação a seu ministério, apesar de ser avançada em idade.
"E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade, e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia." (Lucas 2:36-37)
Débora, que foi juíza em Israel numa época em cada um fazia o que lhes parecia bem, conseguiu respeito do povo, ao destruir o poder cananeu exercido na época sobre Israel. A Bíblia relata que Débora era mulher profetisa, mulher de Lapidote (ou seja, era uma "dona de casa") e julgava Israel (Juízes 4:4). Isso nos diz que a autoridade do ministério de Débora vinha de Deus, e que as mulheres com família também são capazes de ter um ministério fora de sua casa, desde que respeitando as prioridades.
Priscila, esposa de Àquila, citada algumas vezes nas Escrituras, foi cooperadora do apóstolo Paulo juntamente com seu esposo, tendo desenvolvido um ministério de ensino da Palavra de Deus.
"Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus." (Atos 18:26)
Um ministério de bastante destaque exercido pelas mulheres no Novo Testamento era o de discipular, ou seja, cuidar dos novos na fé. As mulheres mais experientes eram orientadas a ensinar às mais novas, servindo assim ao Reino de Deus, ao ajudarem a essas mulheres inexperientes em seu crescimento espiritual.
"As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias no seu viver como convém a santas, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem, para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seu marido, a fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada." (Tito 2:3-5)
Um exemplo bastante conhecido de ministério feminino relacionado ao evangelismo é o da mulher Samaritana. Depois de seu maravilhoso encontro com o mestre Jesus, ela mesma retornou à sua cidade e ali contou tudo o que lhe tinha sucedido.
As mulheres também foram chamadas para evangelizar. Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e a mãe dos filhos de Zebedeu foram as primeiras a divulgar a ressurreição de Jesus Cristo. As mulheres estão plenamente envolvidas com o ministério de evangelização em todo Novo Testamento, e assim tem sido até hoje.
Ao estudar a Nova Aliança, é claramente visível a participação das mulheres como membros funcionais da igreja no evangelismo, na hospitalidade, em ofertas, no ensino da Palavra, na profecia, no discipulado, enfim, em todo o serviço do Senhor. O próprio apóstolo Paulo, constantemente, destacava a cooperação de mulheres em benefício do Reino.
"Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia, Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo. Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus... Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai à amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor." (Romanos 16:1-3;12)
Em toda a Escritura, pode-se observar as mulheres sendo chamadas por Deus e cooperando com a obra salvadora, em alguns momentos exercendo papéis diferenciados dos homens, mas sempre ativas para aquilo ao qual o Senhor as chamou para fazer.
E, se você se sente incapaz de desenvolver o ministério para o qual Deus lhe chamou, eu deixo, para sua meditação, o seguinte versículo:
"E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriareis nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo." (2 Coríntios 12:9)
A maternidade é uma experiência de impossível definição em palavras.
Nela, estão envolvidos muitos sentimentos, como o amor, proteção, preocupação, alegria, satisfação, entre outros. Muito desses sentimentos começam a invadir a vida das mulheres antes mesmo delas darem à luz. É como se estivessem ali dentro do coração de cada uma, desde o início, latente, esperando o momento certo para eclodirem.
Quando a mãe vê o rosto do seu filho pela primeira vez, é encantador. Emergem todos esses sentimentos, que vão intensificando-se a cada dia, a cada nova experiência vivida, a cada desafio, a cada alegria, a cada tristeza e, sem querer, passamos a refletir se estamos sendo boas mães, se estamos desempenhando bem o papel da maternidade, se estamos sendo bênçãos para a vida dos filhos ou se estamos falhando em alguma área.
O ser mãe vai muito mais além do que apenas dar a luz a um filho, o ser mãe é um serviço que envolve muito trabalho, mas também, traz muitas alegrias. Deus fez a mulher para ser uma mãe feliz e não infeliz, deprimida e angustiada. A maternidade é, sem dúvida, uma experiência prazerosa.
“Faz com que a mulher estéril habite em casa, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.” (Salmos 113:9)
Os filhos não são produtos fabricados, embalados e que chegam prontos para serem usados, como num processo sem afinidade alguma entre o fabricante e o seu produto final. Eles precisam receber os cuidados, o amor, a proteção e a instrução no curso de um longo processo que aproximará a mãe cada vez mais de seus filhos.
Mãe cristã é aquela que, além de "fabricar", cuida e ama seu filho. É a que faz o melhor suco, a que tem o colo mais quente, o beijo mais gostoso, a mais bonita e a única a ser chamada de "mãe". Não dê essa honra a outra pessoa, seja você a única MÃE de seus filhos, ainda que eles tenham tias e avós, mas você será para sempre a mãe deles.
Às mães, cabe a tarefa de proporcionar aos filhos um ambiente de compreensão, perdão e amor. Quando você trata com outras pessoas ou até mesmo com os filhos dos outros, você sabe ser compreensiva, amorosa, educada, etc. Mas, se quando o seu próprio filho vem contar seus problemas, seus fracassos ou pecados, imediatamente, você perde a cabeça, esbraveja, é intolerante, ríspida, etc., isso irá afastar você daqueles que você mais quer bem.
Precisamos aprender a proporcionar esse ambiente de amor e compreensão para os nossos filhos, a sermos mães virtuosas, louvadas pelos filhos (Provérbios 31:28).
A maternidade precisa de tempo. Para aquelas mulheres muito sobrecarregadas, mas que desejam ter filhos abençoados é indispensável fazer boas escolhas e administrar o tempo de uma maneira que seus filhos não fiquem em último plano. Não é vedado à mãe cristã trabalhar fora, mas se isso a deixa negligente com sua tarefa de mãe, sem condições de amar, corrigir, cuidar e ensinar, é preciso avaliar a necessidade desse trabalho ou o tempo dedicado a ele, tendo em vista que a mulher cristã foi chamada, primeiramente, para adorar a Deus e, em seguida, ser auxiliadora do seu marido, ajudando-o a edificar a sua casa, incluindo o cuidado com os filhos.
Destacaremos aqui, neste post, com muita simplicidade, o verdadeiro chamado da mulher cristã em seu papel de mãe, assim como vem sendo mostrado ao longo do estudo sobre a mulher, enfatizando aquilo que deve ser, verdadeiramente, priorizado.
Mãe, chamada para ensinar
"Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, porque serão como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço." (Provérbios 1:8,9)
"Palavras do rei Lemuel, a profecia que lhe ensinou a sua mãe." (Provérbios 31:1)
A palavra de Deus nos mostra através desses versículos que o principal papel da mãe cristã é ensinar. Os ensinamentos da mãe são tão importantes na vida dos filhos que, quando guardados por eles, favorecem a aproximação de boas pessoas ao convívio deles, ao demonstrarem a educação que receberam de seus pais, através de sua conduta, integridade, comportamento e maneira de lidar com as situações do dia-a-dia. Essas demonstrações comportamentais e de caráter dos filhos nada mais são do que os "colares ao teu pescoço", expondo e mostrando a todos, os ensinamentos recebidos dos pais.
"E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te." (Deuteronômio 6:6,7)
O ensino da palavra deve ser diário e pessoal. Uma coisa muito importante que Deus chama atenção dos pais nessa passagem bíblica é que se faz necessário o pai e a mãe estarem no caminho que estão
ensinando aos filhos. É muito confuso aprender a teoria de que mentir é pecado se, na prática, tudo que se vê é a mãe mentir. Como pode querer que seus filhos gostem de orar ou ler a bíblia se não veem você fazer a mesma coisa?
"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele." (Provérbios 22:6)
Outra coisa que aprendi meditando na palavra de Deus, em relação a educação e ensino da palavra aos filhos, é que essa responsabilidade é da mãe e do pai. A meu ver, os pais podem até ter uma ponte de apoio na formação cristã dos seus filhos, como uma escola ou pessoas cristãs idôneas, contudo, a responsabilidade dessa educação é dos pais. Somos nós, mães, que devemos ensinar e ministrar na vida de nossos filhos, não esquecendo de estar no mesmo caminho, juntinho com eles. O caminho no qual nossos filhos devem andar somos nós que ensinamos, não terceirize este serviço! Não permita que o mundo ou outras pessoas ensinem seus filhos da maneira errada aquilo que você já deveria ter ensinado corretamente.
Um outro ponto que é importante destacar é a questão do tempo da colheita: quando ensinamos a mesma coisa aos filhos por dezenas de vezes e eles ainda continuam repetindo os mesmos erros, pensamos em desistir. Não desista, continue perseverando, continue semeando a boa semente no solo/coração do seu filho. Um dia ela brotará, mas, para isto, é necessário ter paciência e esperar o tempo, cuidando, regando, protegendo-a dos obstáculos que a possam impedir de crescer.
Em Provérbios 22, é dito que desde criança já inicia-se o ensino do bom caminho, e, quando idoso, andará nele. Vale a pena você repetir mil vezes para a criança que é preciso respeitar os mais velhos ou lavar as mãos antes das refeições, ainda que no momento presente ela continue agindo de forma contrária, mas lá na frente, às vezes quando adulto, você verá os frutos. Continue plantando e não espere resultados instantâneos. A colheita é feita com paciência, como diz Augusto Cury (2015) em "Pais e filhos", "esse é o único investimento que jamais se perde". Ele referia-se ao tempo que os pais "perdem" semeando nos seus filhos, atraindo-os para o seu mundo e ouvindo o que eles têm a dizer a respeito do mundo deles.
"Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, a qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus filhos; para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos..." (Salmos 78:5,6)
Mãe, chamada para corrigir
"E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela." (Hebreus 12:5-11)
"Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno." (Provérbios 23:13,14)
A Palavra de Deus nos ensina que a correção é feita por quem verdadeiramente ama. A aplicação da disciplina faz parte da função da mãe, pois aquele que está sem ela é como um filho bastardo. A correção está diretamente ligada ao amor, porque depois que ela é aplicada, produz frutos de justiça, livrando a vida daquele que é corrigido de todo o mal e a sua alma do inferno. Aquela que tem zelo e ama o filho com a visão de águia, será capaz de enxergar os perigos e quão danoso é, para a vida dos seus filhos, a falta da correção. Aquela que não o faz, por pena ou porque não quer causar aborrecimentos, nada mais é que negligente em relação ao futuro dos seus filhos.
O que acontece, na maioria das vezes, é que corrigir é difícil e é necessário tempo para a aplicação da disciplina da forma correta. Encobrir as coisas erradas ou corrigir de qualquer jeito é muito mais fácil, perde-se menos tempo e é menos desgastante.
A porta larga sempre é mais fácil e cômoda, mas não é a que nos conduz ao "bom caminho". Aplicar a disciplina em um filho não é algo confortável, porque implica em aborrecer alguém que tanto amamos, mas esse mesmo amor que nos causa constrangimento na hora da correção é o mesmo que vê o quão necessário é fazê-la. A disciplina aplicada da forma correta, sem raiva, explicando o porquê da correção demonstra ao filho que a mãe se importa com ele, e mesmo que seja sofrido para quem recebe, no fim, ele não ficará magoado porque terá sido feita em amor. O caminho da correção é estreito, mas é aquele que conduz à vida!
"Entrai pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que levam à perdição, e muitos são os que entram por esse caminho. Porque estreita é a porta e difícil o caminho que conduzem à vida, apenas uns poucos encontram esse caminho!" (Mateus 7:13,14)
"Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar." (Provérbios 19:18)
A aplicação da disciplina é necessária, e, quanto mais cedo for feita, melhor; mas precisa ser feita em amor. Como já dito, a correção está diretamente ligada ao amor e não ao ódio, a ira ou a raiva. Algumas vezes será necessário parar, acalmar-se e esperar o momento certo, sem ira, para aplicar a correção.
"A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe." (Provérbios 29:15)
A falta da correção gera crianças descontroladas, birrentas, que não respeitam aos pais ou às outras pessoas. Crianças sem limites, que batem nos pais, e, tudo isso, causa vergonha à mãe, ainda que ela própria não sinta, mas estará envergonhada diante das outras pessoas. Quando somos nós que estamos diante da situação, se não temos firmeza e conhecimento da palavra, deixamos tudo acontecer como se fosse natural ou porque achamos "bonitinho". Mas, quando presenciamos a mesma situação com outras pessoas, mesmo sem querer, já estamos condenando e reprovando a atitudes de pais e mães que não repreendem os filhos.
Mãe, chamada para amar
"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1 Coríntios 13:4-7)
Maria, mãe de Jesus, passou por muita coisa para trazer o seu filho ao mundo. Ela sabia da missão de Jesus, e, mesmo assim, cuidou dele e não o deixou, mesmo sabendo que era o Filho de Deus.
Será que é possível imaginar os sentimentos dessa mãe, que sabia para quê ela tinha carregado por nove meses, aquela criança, vivenciando toda rejeição, todo sofrimento vivido por Jesus e conhecedora de tudo que ele ia passar? Ela cumpriu seu papel de mãe, educou e amou a Jesus preparando seu filho para o cumprimento do chamado de Deus na vida dele. Ainda que os planos de Deus para os nossos filhos não sejam os nossos, será que somos capazes de apoiá-los e estarmos presentes em todos os momentos? Amar os filhos é prepará-los para os planos de Deus na vida deles.
"Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?" (Isaías 49:15a)
A Bíblia tem inúmeros exemplos de mães que não se esqueceram dos filhos (Joquebede, Agar, a mãe sunamita, Maria, etc). Deus tem um plano na vida de cada mãe. Ser mãe, na verdade, é um ministério de grande responsabilidade, pois o sucesso ou fracasso dos nossos filhos está, diretamente, ligado a tudo aquilo que ensinamos ou deixamos de ensinar, às correções aplicadas ou negligenciadas e ao amor dedicado ou abdicado.
Vemos Ana, mãe de Samuel (1 Samuel 1:22), que ficou com seu filho até o desmame, cumprindo o seu papel de mãe de maneira excelente, porque ela aproveitou, com muita sabedoria, o tempo que ficou com ele. Samuel tornou-se um grande homem de Deus, e, de algum forma, a presença de Ana na infância dele teve significativa influência nesse maravilhoso resultado. Não negligencie as etapas da vida de seus filhos.
Mãe, chamada para orar
Maurício Zágari (2015) escreveu algo na apresentação do livro de Nina Targino - "Mães de joelhos, filhos de pé - o que acontece quando você ora" - que eu gostaria de compartilhar aqui neste post com vocês, leitores.
"Se você é mãe, tenha a certeza de que, ao dobrar os joelhos em favor de seu filho você contribui decisivamente no mundo espiritual para que ele tenha toda a atenção de que precisa. Mais do que isso: para que ele seja conduzido ao encontro da misericórdia salvadora de Cristo, o único capaz de estender a chave da graça e abrir as portas da eternidade. Por isso, um pai ou uma mãe jamais pode se conformar em atravessar a vida sem uma rotina de intercessão em favor de quem mais ama."
Ao isso ler isto, o Espírito Santo ministrou ao meu coração que o ato de amar minha filha incluía, também, uma vida de intercessão por ela. Por mais que as coisas aparentem estar tranquilas e correndo tudo bem, precisamos "jogar" nossos filhos aos pés de Cristo, encaminhando-os a Ele através do ensino da palavra, do nosso testemunho e da oração. Precisamos interceder pelo futuro deles, pedindo para que pessoas boas possam cruzar os seus caminhos e que sejam usados para o louvor e glória de Deus. Isto independe se seus filhos são grandes ou pequenos, casados ou solteiros, passam por problemas ou não. Estarão sempre debaixo dos joelhos de suas mães. Você pode até não ver, imediatamente, os frutos das suas orações, mas quando chegar a época da colheita, alegrar-se-á com os resultados.
"E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me! Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã." (Mateus 15:21-28)
Se essa mãe não tivesse clamado pela vida da sua filha, ela teria continuado endemoninhada. A oração de uma mãe e sua humilhação diante de Deus constrange o coração do Pai. Invista tempo de oração na vida de seus filhos.
Os filhos crescem, começam a comer e vestir-se sozinhos, vão para as escolas, entram nas faculdades, começam a dirigir, conquistam uma carreira, casam-se e não podemos fazer absolutamente nada a respeito destas coisa. A única coisa que uma mãe cristã virtuosa pode fazer é ensinar o caminho que deve seguir, corrigindo-os a tempo, amando-os em todos os momentos e orando para que cada um deles se vá bem.
Na próxima postagem encerraremos essa série abordando aqui a vida ministerial da mulher cristã.
Que a paz de Cristo possa habitar continuamente em vossos corações!
Diaconisa Rulyanne Silva
Referência bibliográfica:
CURY, A. Pais e filhos - sem diálogos, as famílias morrem. São Paulo: Gold Editora, 2015. p. 60.
TARGINO, N. Mães de joelhos, filhos de pé - o que acontece quando você ora. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2015. p. 144.
* Créditos da primeira e quarta imagem para Le Bullon
